Entre o Desejo e a Razão: o meu Universo Literário
- M R Porato
- 14 de out.
- 2 min de leitura

A literatura, para mim, nunca foi um refúgio. Foi um espelho. E, como todo espelho, às vezes mostra o que preferiríamos não ver.
Escrevo para confrontar o que é velado: o desejo, o poder, o controle, a culpa, a libertação. Cada palavra é um bisturi. Cada personagem, uma extensão do inconsciente. É por isso que Alexia: Confissões de uma Sedutora em Paris nasceu como uma carta escrita à meia-noite, entre taças de vinho e confissões não ditas.
Alexia Dubois não é apenas uma mulher; é uma ideia. Um corpo que pensa, um pensamento que deseja. Ela não busca o amor, busca o reflexo, o olhar do outro sobre si mesma. E é nesse espelho que o leitor se reconhece, perturbado, excitado, fascinado.
Em A Noite que Freud Dormiu com Skinner, por outro lado, troco o lençol pela teoria. É um duelo entre o inconsciente e o condicionamento, entre o homem que acreditava nos sonhos e o que acreditava nas respostas. Um diálogo imaginário, quase um delírio psicanalítico, onde Freud e Skinner compartilham a mesma cama, não em carne, mas em pensamento.
Ambos os livros nascem do mesmo ventre: o da inquietação humana. Afinal, o erotismo e a mente não são opostos ... são cúmplices. O desejo é também um experimento psicológico. E toda confissão é uma forma de ciência.
Não escrevo para entreter. Escrevo para provocar. Para que o leitor feche o livro e ainda assim continue dentro dele... questionando o próprio corpo, as próprias crenças, o próprio reflexo.
A literatura que me interessa é a que deixa marcas invisíveis. A que desperta. A que seduz sem prometer conforto.
— MR Porato Autor de Alexia: Confissões de uma Sedutora e A Noite que Freud Dormiu com Skinner



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